Por: David
Como mapear
Basicamente a coisa mais fácil do mundo é mapear uma unidade ou um compartilhamento qualquer da rede. Tudo o que nós temos que fazer é usar o comando mount, como se eu quisesse montar qualquer unidade local como um cdrom ou um disquete.Atualmente, devido a facilidades enormes como hal e ufs, uma das coisas mais raras para um usuário de sistema Linux, mesmo os mais avançados, é montar dispositivos. Logo, é normal que muitas pessoas ainda não tenham esse conceito bem fixado, pois vamos lá então.
Usa-se o comando mount da seguinte maneira.
mount /dispositivo/a ser/montado /pasta/onde/deverá_ser/montado
Como exemplo: supondo que eu queira montar um velho disquete na pasta /media/floppy. O comando seria algo do tipo:
# mount /dev/fd0 /media/floppy
Onde /dev/fd0 corresponde ao dispositivo de disquete. Você pode ver uma lista de dispositivos que foram detectados na instalação no arquivo /etc/fstab.
Outro macete do mount, e aí que entra a parte das redes, é no tipo de dispositivo a ser montado, como geralmente dispositivos locais são detectados automaticamente, não há muita necessidade em se preocupar com o seu tipo na hora da montagem, como se pode ser notado no comando acima.
Quando o sistema não detecta o tipo de dispositivo automaticamente, precisamos indicar através da sintaxe -t. Como exemplo podemos voltar ao bom exemplo do disquete acima:
# mount -t vfat /dev/fd0 /media/floppy
Onde vfat é o tipo de filesystem do disquete, geralmente, formatados em fat32. Esse é o mesmo filesystem da maioria dos pendrives, o que quer dizer que um pendrive pode ser montado manualmente facilmente através do:
# mount -t vfat /dev/sda1 /media/pendrive
Simples, né? Agora vem a grande pergunta que não quer calar:
E as redes? Como ficam?
Basta usar o comando mount com o -t indicando o tipo de compartilhamento que desejamos mapear. Vejamos nos exemplos das páginas seguintes.
Mapeamento Linux / Linux
Esse sem duvida é o tipo de mapeamento mais simples que existe em todo o mundo.Para esse trabalho precisaremos usar o protocolo NFS. Esse é o protocolo que faz o compartilhamento Linux. Existem outros como ssh, fish e seus tantos outros derivados, mas vamos começar pelo NFS.
Apenas a título de curiosidade inútil, para fazer um compartilhamento em NFS, basta editar o arquivo /etc/exports com os ips e o nível de permissão para cada um. Vejamos o exemplo:
/home 192.168.0.1(rw)
Essa linha compartilha a pasta /home apenas para o computador 192.168.0.1, cujo a permissão é de leitura/escrita (rw).
/pacotes/linux *(ro)
A pasta /pacotes/linux está compartilhada somente leitura (ro) para qualquer máquina da rede. Simples né?!
Agora, para mapear o compartilhamento, basta montar o dispositivo de rede com o comando mount da seguinte maneira:
# mount -t nfs 192.168.0.100:/pacotes/linux /rede/serv
Esse comando faz o mapeamento da pasta /pacotes/linux, que está no computador 192.168.0.100 dentro da pasta /rede/serv em seu computador. Note que o segredo do NFS é separar computador de pasta através de um dois ontos (:). Logo, imaginemos que no computador servidor.empresa.com.br exista a pasta /var/publico/todos compartilhada em NFS. Vamos montar mapear em uma pasta chamada servidor.
# mount -t nfs servidor.empresa.com.br:/var/publico/todos servidor
Mais fácil que isso só dois disso.
Mapeamento Linux / Windows
Supondo que o mapeamento \\server\arquivos, onde \\server tem o ip 192.168.1.1 deve ser mapeando em /home/files:
# mount -t smbfs \\server\arquivos /home/files
ou
# mount -t smbfs \\192.168.1.1\arquivos /home/files
Não tem muito o que dizer né?! Para compartilhamento Windows 98, 2000, XP e xpsp2 (sem diretivas de segurança avançadas) o file system é smbfs.
E se o compartilhamento pedir senha?
# mount -t smbfs \\192.168.1.1\arquivos /home/files -o username=nomedousuario,password=senha
Você pode ignorar a linha com a senha, daí ele pede o password quando você aperta o enter e a senha não é vista por outra pessoa relativamente perto de seu monitor. ;-)
Agora, para Windows Server 2003, há uma sensível diferença, porque quando você sobe o AD todas as diretivas de segurança e criptografia mudam. Daí o filesystem smbfs passa não conseguir mais fazer a conexão.
Para resolver... troque o smbfs por cifs:
# mount -t cifs \\192.168.1.1\arquivos /home/files -o username=nomedouserdowindows
Vale lembrar que no Windows 2003 com AD é obrigatória a autenticação. Logo, a linha com username é obrigatória.
Facilitando com o fstab
#Dispositivo pasta a montar filesystem opções (-o) ordem checkagem
/dev/hdc /media/cdrom0 iso9660 ro,user,noauto 0 0
/dev/hdc /media/cdrom0 iso9660 ro,user,noauto 0 0
Observe que o comentário na linha superior já explica o que cada coluna corresponde, logo, não vou me ater a explicação.
Se você usar o mount e não passar todos os argumentos, o mount vai buscar automaticamente as informações que faltam no fstab.
# mount /dev/hdc
ou
# mount /media/cdrom
Isso é suficiente para montar o seu cdrom.
Podemos fazer um arquivo fstab que monte todas as unidades de rede. No exemplo abaixo há um arquivo de exemplo que explica tudo.
#monta as unidades linux/linux
192.168.1.1:/pacote/ /mnt/linux nfs auto,users 0 0
#monta as unidades windows/linux, mas não faz automaticamente.
//192.168.1.2/compat /mnt/xp smbfs noauto,users,iocharset=iso-8859-1 0 0
#monta automaticamente as unidades windows 2003.
//192.168.1.3/pasta /mnt/wserver cifs auto,users,iocharset=iso-8859-1,username=windowsusers,password=senhadouser 0 0
192.168.1.1:/pacote/ /mnt/linux nfs auto,users 0 0
#monta as unidades windows/linux, mas não faz automaticamente.
//192.168.1.2/compat /mnt/xp smbfs noauto,users,iocharset=iso-8859-1 0 0
#monta automaticamente as unidades windows 2003.
//192.168.1.3/pasta /mnt/wserver cifs auto,users,iocharset=iso-8859-1,username=windowsusers,password=senhadouser 0 0
Traduzindo alguns termos:
- iocharset é uma linha que corrige o problema de arquivos acentuados nas distribuições como Debian Lenny e Kubuntu 7.10;
- auto e noauto monta automaticamente com o boot do computador ou não. Ficando para a montagem manual;
- users, qualquer usuário pode montar e desmontar o mapeamento, não precisando ser root para executar a operação.
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